15/09/2013

Querido diário...


Querido diário... Nem sei como sobrevivi ver aquilo tudo que vinha acontecendo com o Daniel, foi horrível tudo que ele passou. Mais horrível ainda foi ter que o perde para o câncer. Ele se foi de uma hora pra outra, me deixou sem ao menos se despedir. Eu havia o visitado na manhã que ele faleceu, ele me parecia tão forte e disposto a lutar por sua vida e vivê-la comigo, mas ele não conseguiu a doença foi mais forte que ele, confesso que já imagina que o pior estava por vir, mas não esperava que fosse com tanta pressa. Tinha esperanças de vê-lo em minha formatura, ele estava tão contente por mim, eu terminaria o ensino médio e iria para a faculdade, pretendo me formar em letras. Nós amamos ler, quer dizer ele amava e eu amo. Havíamos combinado de escrever um livro. Um romance, ”uma adolescente que se apaixona por um cara que está à beira da morte, mas que o amor deles é capaz de passar por todas as dificuldades e permanecer intacto”...
Basicamente contaríamos nossa história, mas infelizmente ele não vai poder me ajudar vou ter que fazer isso sozinha e pelo que vejo o livro não vai ter um final feliz.
Está fazendo uma semana que ele se foi, seus pais estão tão atormentados e infelizes, assim como eu. Ninguém esperava que isso fosse acontecer, pelo menos não agora. Ele estava forte, conversava com todos e até parecia mais forte e saudável. Talvez fosse apenas uma fachada, acho que ele não queria que seus últimos dias fossem de tristezas, lamentações e choros. Ele morreu na madrugada. Recebi o telefonema dos pais dele e já esperava pelo pior.
O enterro foi terrível, meus pais tentavam me consolar, mas não adiantava de nada ele estava morto e trancado naquele caixão que estava prestes a ser enterrado. Doía-me ter que ver aquela cena, ele sempre me pedia pra não chora em seu enterro, mas como não chorar? Era impossível não chorar.
Estou tentando voltar a minha rotina, mas está difícil ele fazia parte da minha rotina. Sempre que eu saia da escola ia imediatamente para o hospital visita-lo e levar suas flores prediletas, flores de cerejeira, ele amava o perfume delas até me deu um perfume com a fragrância delas. Vou guarda-lo pra sempre até que um dia evapore todo o líquido do frasco e então reste apenas o frasco e o amor que eu sinto por ele.
Está sendo muito doloroso ter que conviver com a ausência dele, nada parece ter sentido, o mundo parecer ter ficado em preto e branco, o tempo parece não passar, o canto dos pássaros parece triste. Tudo mudou sem ele aqui, mas meu amor continua intacto.





                                                        - Larissa Farias



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